Trabalhar a marca pessoal nas redes sociais requer tempo, dedicação, resiliência e, acima de tudo estratégia. Praticamente um jogo de conquista, com aproximação gradativa, sem beijo no primeiro encontro.
Ano de eleição e os perfis nas redes sociais começam a ser invadidos por convites de candidatos que estão em busca de votos.
Como estrategista de marca pessoal sempre aconselho meus clientes a evitarem pronunciamentos de qualquer tipo relacionados à tríade “política – futebol – religião”.
Sendo assim, farei o mesmo.
Vamos transferir o pensamento da busca por votos para a “busca por clientes”. Hoje e sempre, o elemento mais valioso de um negócio é o cliente – muito embora é fácil identificar empreendedores obcecados por sua oferta, deixando para segundo plano os anseios e as dores do cliente.
Recebi uma mensagem por WhatsApp de uma Coach de Emagrecimento, a qual nem sequer lembro o nome, muito menos o conteúdo da mensagem enviada por ela.
Cá entre nós, claro que qualquer promessa para vencer os obstáculos da cruel balança sempre nos chama a atenção.
Acontece que a forma como buscamos algo na atualidade – uma simples busca no Google, nos traz uma vasta quantidade de opções, mapeadas por região geográfica, tipo de atendimento, metodologia e uma porção de variáveis.
Com esta longa lista de opções, obviamente, ficamos mais exigentes. Isso sem mencionar a quantidade de informações que nos ajudam na tomada de decisão por determinado produto ou serviço.
Talvez, o que não saibamos, é que esta escolha é muito menos racional do que imaginamos. Nossas decisões são iniciadas por gatilhos mentais, os quais ajudam nosso cérebro a tomar decisão com base no piloto automático – sem causar esgotamento.
Não pretendo me aprofundar neste tema, mas é notório o quanto esta teoria tem influenciado as campanhas de marketing. Grandes marcas se utilizam dos gatilhos da escassez, novidade, prova social ou urgência.
Mas quando o assunto é criar uma necessidade, vender uma nova ideia, empreender com uma nova oferta – num mercado altamente competitivo, ainda acredito que há uma técnica mais assertiva do que gatilhos mentais: a marca pessoal.
Trabalhar a marca pessoal requer tempo, dedicação, resiliência e, acima de tudo estratégia. Praticamente um jogo de conquista. Uma aproximação gradativa, sempre reforçando os aspectos positivos da sua oferta ao mercado.
A oferta recebida por WhatsApp está competindo com outras milhares e milhares de propostas semelhantes. Ok, mas o que faria alguém decidir por este ou aquele serviço, em especial tendo como fonte as redes sociais?
Chegamos ao velho conhecido “relacionamento”. Este deveria ser o gatilho mais cobiçado por qualquer empreendedor. Provocar e promover o relacionamento vai muito além de simplesmente postar fotos bonitas.
Claro que isso conta, pois reforça o aspecto visual, porém deve reforçar um conteúdo poderoso.
A conquista de uma audiência leva um bocadinho de tempo e muita dedicação. E as pessoas se relacionam com pessoas. As pessoas compram de pessoas.
Nesse vai e vêm de pessoas é que a marca pessoal ganha cada vez mais força.
Uma marca pessoal forte consegue se relacionar mais profundamente, e como consequência, consegue conquistar aquele espacinho super mega cobiçado na mente das pessoas.
A internet possibilita que sua marca pessoal seja acessada vinte e quatro horas por dia, sete dias na semana.
A qualquer momento algum possível novo cliente pode chegar até um perfil seu – seja no Facebook, Instagram, LinkedIn, Google Plus entre outras redes sociais.
Qual é a marca que ele leva desta interação? O tão manjado “me compre, me compre, me compre”, que por sua vez nada difere do “vote em mim, vote em mim, vote em mim”, traz pouco impacto para esta relação.
Oras, por que alguém a seguiria nas redes sociais se você só fala de si própria?
Costumo usar a analogia do “beijo no primeiro encontro”, porque exemplifica claramente o que evitar nas redes sociais. Aquela Coach de emagrecimento que se aproximou via WhatsApp nem sequer se apresentou.
Tecnicamente falando, é apenas um número registrado no Feed do meu WhatsApp.
Qual seria minha orientação para ela? Se apresente, compartilhe conteúdo de valor, passe dicas importantes para quem quer perder peso, conquiste um espaço na minha mente e, depois, tão somente após este início de relacionamento, tente vender algo.
Praticamente o mesmo antigo caminho de conhecer, pegar na mão (isso é exagero nos dias de hoje, eu sei), ir tomar um café, jantar ou algo do tipo, para depois beijar.
Essa coisa de beijo no primeiro encontro, definitivamente, não promove relacionamentos de longo prazo (ao menos nas redes sociais).
Pense bem se você tem beijado muito nas redes sociais (porque fora delas, claro que só faz bem, rsrsrs).
Obrigada por sua leitura e até a próxima.