O porquê da Paixão, da Raiva, da Inveja, da Cobiça e do Ódio, e de todos os males contidos para os humanos, na Caixa de Pandora?
Para compreender isso temos que invocar os Deuses do Olimpo e perguntar de forma humilde qual foi a Real Intenção do envio da Caixa com os males aos pobres mortais.
Prometeu, prometeu aos humanos que iria ao Olimpo e roubaria o Fogo Sagrado dos Deuses e os daria aos mortais…para estes adquirirem o Poder Divino e se igualarem a eles.
Em retribuição deste roubo, os Deuses irados enviaram a Bela Pandora, segurando uma caixa, de presente aos humanos.
Por curiosidade, abre-se a caixa para ver o que havia sido enviado do Olimpo… Será que tínhamos essa permissão? Qual foi a punição dada pelos deuses aos mortais?
Para entender sobre a Paixão, recorre-se a Mitologia, ao estudo dos Mitos. Por estes serem universais, nos auxiliam na compreensão da dinâmica humana.
Desde épocas antigas até aos dias de hoje…
Só os Deuses tinham o poder de enlouquecer os humanos: a Paixão pertence ao Olimpo. A origem da palavra vem do termo grego “pathos” que também dá origem ao termo Patologia, que quer dizer, o Estudo das Paixões.
Na Grécia Antiga, acreditava que os humanos enlouqueciam ao ter contato visual com os Deuses. Tamanha era a imensidão de suas qualidades que um humano não aguentaria vivencia-las em sã consciência.
Assim, quando um homem perde a cabeça por uma mulher, estamos lidando com o proibido, um contato do humano com o divino: a Deusa. No caso da mulher apaixonada, com um Deus.
A Paixão faz com que se crie um pedestal ao seu objeto de desejo a amada ou o amado. Elevando-a às alturas. Devido a distância que se encontra dela, resta ao homem levantar o olhar e ritualisticamente idolatrá-la, questionando-se “o que será que essa Deusa viu em mim? ”, pois pela imensidão de qualidades que atribui a ela, o ser humano, alvo de sua Paixão, só pode mesmo pertencer ao Olimpo.
Na Psicologia Analítica G. Jung, na psicologia analítica, comenta que a intenção dos conteúdos inconscientes é se fazerem conscientes. Portanto o ser apaixonado vive essa situação. E isso ocorre naturalmente, através de um mecanismo inato em todo nós: a Projeção.
A Paixão é quando projetamos algo de nós, nossos desejos mais inconscientes no outro.
Assim, apaixona-se por uma imagem, uma idealização algo de nós, que atribuímos ao outro.
Quando as “qualidades divinas” daquela Deusa provocam alguns pensamentos no homem, no movimento de trazer para o consciente um conteúdo inconsciente:
- Ela vai me cuidar para o resto de minha vida– busca-se uma Deméter (a eterna mãe);
- Eu tenho que cuidar dela é tão desprotegida- busca-se uma Koré (a eterna jovem);
- Ela vai lutar por meus ideais ao meu lado- busca-se uma Artémis (a eterna guerreira);
- Ela me enlouquece com sua sexualidade – busca-se uma Afrodite (a eterna amante).
Analogamente, pode-se dizer que ele está projetando um filme em sua amada. A Paixão faz com que se veja a mulher, ou o homem, como sendo uma tela em branco. Porém, no final da sessão a tela sobe se enrolando e vemos que há alguém ali atrás, e espera aí, é um humano!
A Paixão por deixar o organismo em estado de constante euforia e excitação, é algo prejudicial ao desenvolvimento, e, portanto, o próprio organismo tende a se auto regularizar…
Onde estão os sintomas da patologia da Paixão? Acabaram? Ou a Paixão foi transformando-se em amor?
Quando no decorrer da projeção de nosso filme, o homem começa a se propor a entender quais são as qualidades que ele atribui como “divinas” à aquela mulher que tanto o fascina, pode compreender o que busca verdadeiramente no outro.
Quais são as qualidades e fatores que se tem que integrar a sua personalidade. Quando chega a ocorrer essa transformação, começamos a nos ver como um in-divíduo em relação com outro in-divíduo, seres não divididos.
Ao invés de sermos uma metade em eterna busca de algo, passamos a ser seres totais. Aí estamos prontos para amar. Quando isso não ocorre, acaba a Paixão e cada um segue seu caminho.
Na Astrologia Psicológica proposta por Jung. O mapa de relacionamento chama-se Sinastria.
Carla Ramos