Toda Mulher busca o seu Eros…

Após compreender que A Paixão Pertence ao Olimpo, pedimos humildemente a permissão aos Deuses para observar a Busca Feminina ao Amor, percebendo como nossa Psique busca Eros, sendo esta, uma psique que nos pertence e que vive em cada um de nós.

Ao nascer, segundo Jung, trazemos conosco todas as potencialidades de Seres de nossa espécie, porém no decorrer de nosso desenvolvimento algumas características são assimiladas por nossa psique e passa a pertencer ao Nosso Consciente enquanto outras características são renegadas e passam ao Nosso Inconsciente. Este processo ocorre de forma natural, e aos poucos em Nosso Inconsciente vamos agrupando características que acreditamos pertencer ao sexo oposto, criando nosso Animus: o homem ideal, nosso Deus. E no caso dos Homens: cria-se a Anima: a mulher ideal, a sua Deusa.

O Mito de Psique e Eros é a expressão do Amor que ocorre entre uma Mortal e um Deus. Mas a punição pertence aos Deuses restando o sofrimento aos Mortais que vivenciam essa relação proibida pelo Olimpo.

Na Grécia Antiga, nasce uma Bela Menina que a nomeiam como a Psique, ao contrário de suas irmãs que já eram casadas, a Psique era infeliz no Amor pela sua Beleza, com que faz os Mortais se distanciarem e somente a idolatrem como a Segunda Afrodite. Fato este, que desperta a Ira da Deusa Afrodite que ordena a seu filho Eros que faça Psique a mais infeliz das criaturas.

Segundo um oráculo, Psique deveria ser levada a um penhasco e lá esperar passivamente por seu casamento com a mais terrível das criaturas. “Aqui vemos Dócil, Frágil e Passiva a Psique a espera de seu destino, do seu casamento com a terrível criatura. Casamento, este, no sentido de integração deste lado agressivo que ela não reconhece em si própria e necessita vivenciar no outro”.

Eros a vendo, apaixona-se perdidamente e a rapta de ‘seu destino’, a levando ao seu Palácio onde a toma como sua Mulher, porém lhe dando uma só condição para que aja o relacionamento entre eles, a Psique deveria ficar vendada e proibida de ver Eros.

Assim, a Psique só se relaciona no Escuro com Eros e na claridade do Sol ele vai embora.

Temos, aqui, a Imagem da Paixão: onde há a proibição da psique de ver como o outro realmente é. Restando a ela utilizar-se de olhos internos ao imaginar o outro como gostaria que ele fosse…

Suas irmãs vão lhe visitar e lhe perguntam sobre seu marido, a Psique na sua ingenuidade o descreve como imagina que ele fosse, pois se encontra vendada frente a ele. No dia seguinte as irmãs lhe fazem a mesma pergunta desta vez a Psique se desmente o descrevendo de outra maneira.

As irmãs são representações daquele nosso lado que nos questiona frente aos relacionamentos.

Agora tendo certeza que Psique nunca viu seu marido como ele é. Suas irmãs armam um plano para prejudica-la, ao dizer que ela está dormindo com uma nojenta serpente e que por isso ele a proibia de vê-lo. Assim a convencem de enquanto ele dorme, pegar um punhal e uma lamparina de óleo e iluminá-lo antes de matá-lo.

Expressa-se o lado agressivo e curioso da psique frente aos relacionamentos. Vamos ver com quem estamos realmente nos relacionando…

À noite, enquanto Eros dormia a Psique pega um punhal e a lamparina a óleo e se debruça para (re)conhecê-lo. Porém se depara com a mais Bela Criatura, Eros – o seu Amor, ela perde a razão e apaixona-se perdidamente por Ele, porém o óleo respinga da lamparina o acordando assustado e ao ver que a Psique o desobedeceu, vai ao encontro sua Mãe Afrodite, a fim de curar sua ferida aberta.

Aqui a psique vai ao encontro de Eros, porém sem vendas ou proibições, e o vê como realmente Ele é, e apaixona-se por esse (re)conhecimento do outro, com os atributos e as características que ele realmente possui sem necessitar de utilizar seu imaginário para vê-lo.

Analogamente, o relacionamento na escuridão ocorre quando somos movidos por nosso inconsciente: nossos conteúdos internos vistos no outro como pertencentes a ele. Porém ao utilizar-se da lamparina para vê-lo, há a claridade, e a visão a partir da consciência, do conscientizar-se que ali há um indivíduo e podemos querer vir a conhecê-lo ou não, como humano, pois não há mais a necessidade de criar um encontro às escuras com Eros apenas para satisfazer a Psique que, ainda, vive em cada uma de nós…

Carla Ramos

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