No Mundo, todos os dias, as mulheres são submetidas a alguma forma de violência. Não só a violência física, como a doméstica e familiar, a psicológica, moral e sexual. A violência atinge mulheres e meninas de diversas maneiras. Não só nesse campo, mas também contra mulheres lésbicas, bi e trans e racismo.
Sobre essa temática, diversos filmes já foram produzidos. Tratam-se de manifestações extremas da discriminação com a condição feminina e de sistemas de desigualdades.
A luta feminista perpassa por toda a nossa história e os avanços nem sempre foram grandes. Separei dois filmes sobre dois tipos de violência.
Discriminação Racial e Sexual
A Cor Púrpura (The Color Purple – 1985)
Em 1906, em uma pequena cidade da Georgia, sul dos Estados Unidos, uma adolescente de 14 anos é violentada pelo próprio pai e torna-se mãe de duas crianças. Cada vez mais calada e solitária, ela passa a compartilhar sua tristeza em cartas. Uma sobrevivente de abuso sexual e moral, Celie escreve cartas a Deus e à sua irmã Nettie, narrando tudo o que ela tem de suportar. Através de todas as suas dificuldades, Celie encontra sua voz e encontra a força para levantar-se para o marido opressivo.
Filme sensível e profundo que nos desperta vários sentimentos e nos faz sofrer ao lado delas. O diretor Steven Spielberg recriou 40 anos de crises emocionais na vida de vários personagens. As mulheres do filme, transgridem sua colocação na vida, numa época em que as mulheres negras eram consideradas cidadãs de segunda classe. Um belo filme que é considerado um clássico do cinema.
A violência contra a mulher, principalmente a sexual, muitas vezes silenciosa, ocorre no mundo todo e precisa de holofotes para que pare. Muitos cineastas já se dedicaram a mostrar, o quão humilhante – e inadmissível – é, por exemplo, o estupro.
Estupro
Acusados (The Accused – 1988)
Sarah Tobias é estuprada em um bar e, ao denunciar a agressão, confronta-se com dois problemas: seus agressores e o sistema penal, no qual as vítimas de estupro são suspeitas em seus próprios casos.
O roteiro do filme é baseado num caso real de estupro que aconteceu em 6 de março de 1983 no Bar Big Dan, em New Bedford, no estado de Massachusetts e aborda o tema com clareza e incômoda crueza. A cena mais lembrada é, claro, a do próprio ato, que traz a dimensão da violência do crime sofrido por Sarah e da postura criminosa não só dos estupradores mas também da plateia que omite seu socorro.
Em 1982, a atriz Kelly McGillis foi atacada e estuprada em seu apartamento. A traumática experiência inspirou a atriz a aceitar o papel de advogada nesse filme.
As mulheres continuam sendo agredidas e muitas acuadas por conta das ameaças que sofrem e pela impunidade dos que agridem.