Você quer saber o por quê ele é abusivo?
Por que ele é abusivo? Um questionamento de quem busca resposta pelas dores e descontentamentos em um relacionamento afetivo.
Quando ocorre a descoberta de que fora vítima de relacionamento abusivo e se inicia o surgimento da verdade real dentro de si, questiona-se, de forma intensiva, o por quê ele é abusivo.
Antes de tudo, é indispensável o autoconhecimento; investigar por quais motivos ambiciona obter a resposta do porquê ele é abusivo.
E qual a importância de obter a consciência do por quê intenciono conhecer as razões que o levam a ser abusivo?
Justamente para que cesse seu culto ao passado e consiga prosseguir para o alvo da liberdade.
Vamos nos aventurar agora.
Pare e reflita: Por quais razões quero saber o por quê ele é abusivo?
Responda a si mesma com toda a sinceridade, sem medo de ouvir a verdade.
Olhe para dentro de si e se permita conhecê-la melhor rumo à emancipação e crescimento.
Isto porque, ouso acreditar que o real objetivo de querer saber o porquê ele é abusivo, é justamente buscar uma resposta que seja capaz de salvá-lo, de mudá-lo, tudo a favor do “relacionamento”, seja por você amar demais ou até mesmo por vício.
Exatamente isso!
Mesmo depois de sofrimento em demasia não é improvável que ainda queira esse “relacionamento”, se é que podemos assim denominá-lo. E você sabe exatamente onde quero chegar, já que essa palavra vem acompanhada de, a começar, por respeito, o que inexiste nessa relação abusiva.
Não raras as vezes, mesmo depois de toda a aflição causada por esta relação e tomada a consciência de que era vítima de um relacionamento abusivo, ainda assim deseja uma resposta como se busca um remédio para a cura de uma doença.
São comportamentos automáticos, cuja causa não é conhecida e, é exatamente, o que pretendo com este artigo: que obtenha uma nova descoberta, desta feita em relação a si mesma.
E aqui o pensar sobre o seu pensar (por que ele é abusivo?) a ajudará a se libertar daqueles processos interiores que se relacionam com os processos exteriores e que te levam a continuar escolhendo pelos mesmos caminhos prejudiciais.
Talvez creia que ao descobrir o porquê ele é abusivo, automaticamente, conseguirá fazer algo pelo abusador e, consequentemente, por si mesma, já que no seu interior ainda há esperança.
Esperança na salvação desse relacionamento ao jogar sobre a mesa para o abusador, onde ele se encontra sentado, as razões pelas quais ele é abusivo.
É isso mesmo: Se ele souber, ele mudará e poderemos viver um relacionamento feliz; tal como vivíamos, assim pensa ou pensara você, em algum momento, não é verdade?!
Sinto muito. A verdade é que isso jamais acontecerá!
Perceba que a procura do porquê ele é abusivo, não é nada saudável e muita perigosa, pois a errônea “esperança” poderá levá-la a voltar para este relacionamento abusivo, mesmo depois de sofrer tanta violência.
Acredite, sua frustração será imensa.
Reconheça sua incapacidade de mudar alguém, tampouco o abusador.
Apenas o abusador poderá, se quiser, buscar a verdade sobre si mesmo e no tempo dele, devendo, ainda, ser considerado que ele é livre para continuar escolhendo e vivendo do seu próprio mal.
E mais. Deve ser aceitável que, quiçá, o tempero da verdade nunca seja escolhido e inserido no prato da própria existência pelo abusador. Infelizmente, pode ser que essa consciência nunca ocorra.
Sem falar que, mesmo que eventualmente haja a consciência, seria preciso um próximo passo do abusador, qual seja: buscar ajuda de profissionais habilitados e, após o diagnóstico, aceitá-lo, bem como seguir tais orientações e decidir diariamente pelo que é certo.
Somente ao abusador caber decidir qual será a sua liberdade: a do bem ou a do mal.
E o mesmo ocorre contigo. Só você é capaz de salvar-se do mal, de ser liberta para o bem; ninguém mais.
E qual o caminho para se chegar lá?
Identificar a verdade através do autoconhecimento, da consciência e seguir em frente, sem olhar para o abusador, mas sim para o seu próprio “eu” – são as chaves para a porta da salvação e da independência.
Não esteja presa ao passado, mas o utilize a favor da sua evolução.
Meu conselho é: pare de permitir que esse questionamento ou qualquer outro acerca do abusador invada a sua mente e o seu coração.
Não abrigue pensamentos e decisões que não lhes pertencem.
Dissocie-se daquele que abusou de você.
Não atribua a si a condição que o outro está. A conscientização que permitirá a eventual mudança do abusador não cabe a você, tampouco lhe é possível.
Cada qual estabelece o seu próprio caminho e colherá os frutos de sua plantação.
Aliás, se de fato, um dia amou o abusador, saia dessa relação, até mesmo em respeito a tal sentimento, dando-lhe o livre arbítrio, tal como DEUS nos dá todo o tempo.
A propósito, a meu ver, a maior linguagem de amor de DEUS para conosco é o livre arbítrio e, consequentemente, é assim que devemos agir para com todas as pessoas, inclusive àqueles que amamos.
Pare de dedicar atenção e tempo àquele que abusou de você.
Quanto mais se interessar pelo abusador, mais prejudicial será para sua vida, tornando-se uma obsessão, já que toda a sua atenção está, ainda, direcionada ao passado, o que, por óbvio, a impede de avançar.
Livre-se dos pensamentos acerca do abusador, permitindo-lhe que a liberdade se expanda sob os mais diversos ângulos.
Não persiga os por quês; deixe as ossadas enterradas no lugar onde devem ficar.
Siga em frente rumo à liberdade; não olhe para trás.
Caso sua vida esteja sob risco, não deixe de procurar ajuda de profissionais, sejam elas psicológicas e jurídicas.
“Tudo bem, mas pode me responder o por quê ele abusa?”, questiona você!
As razões podem ser genéticas e/ou ambientais, seja por “educação”, contexto familiar disfuncional, dentre outros.
A questão é: não importa qual seja o transtorno de personalidade do abusador, se paranoide, bordeline, antissocial, narcisista etc.
O importante é saber que o abusador tem plena consciência de que está agindo de forma maligna, porém acredita que toda violência é justa e legítima, já que a “culpa” para ele é sempre da vítima.
A inconsciência do abusador se limita justamente à questão deste artigo. O abusador não tem a consciência do porquê abusa.
Atente-se: toda violência praticada pelo abusador é planejada, acrescida da crença de que a culpa é toda da vítima – ela merece o sofrimento por ele causado, porém nem mesmo o abusador sabe por que razões o levam a abusar.
Essa resposta te satisfaz?
Espero que sim.
E se ainda restar algum questionamento acerca do abusador, tal como: “mas ele me amou, de verdade?”, vou tentar te ajudar.
Jamais teremos essa resposta. O mais importante é compreender que essa relação machuca, corrói e destrói, fatores que devem ser suficientes para você prosseguir para o alvo.
O fato de compreender que no eu do abusador há um nível de consciência e de intencionalidade de todo o mal que pratica, merecem ser suficientes e capazes de fazê-la prosseguir para sua independência.
Dói lidar com essas verdades, de que sempre houve a lucidez e vontade do abusador de toda dor que lhe foi causada.
É doloroso compreender que para o abusador, toda violência é legítima, justificada e merecida.
Frise-se: o abusador sabe exatamente o que faz, porém apenas o que o motiva a ser tal como é, está submerso na inconsciência; no instintivo.
Perceba que não vale a pena fôlego de vida em prol da pessoa que abusou de você – não há amor verdadeiro onde o respeito inexiste.
Dedique seu tempo a si mesma; unicamente para a sua desconstrução e autoconhecimento.
Busque crescimento e aprenda amar a si própria acima de tudo, a tal ponto que diga, de imediato, “não” quando estiver perante outro relacionamento tóxico.
Lembre-se: você é especial e merece ser amada e respeitada por todas as pessoas que a rodeiam, sem exceção, especialmente por aquelas que lhe dizem “amo você”.
Não tenha ódio dentro de você.
Faças as pazes com o seu passado e acredite nisto:
“Tudo quanto nos acontece está operando para o nosso próprio bem, se amarmos a DEUS e estivermos no ajustando aos planos dele” (Romanos 8:28).
Não perca os artigos anteriores sobre a série relacionamentos abusivos.