Como vimos no artigo: “Eu trato as pessoas como gostaria de ser tratado: Verdade ou Mito?”, as pessoas criam representações do mundo em que vivem, ou seja, a partir da sua Percepção, criam mapas ou modelo mentais, que geram seus comportamentos.
As pessoas na situação de vida em grupo estão sempre tentando as melhores formas de convivência, uma tarefa não muito fácil. Por esta razão, precisamos entender um pouco mais sobre este tema.
Entender que as diferenças entre os modelos mentais explicam porque as pessoas podem observar o mesmo acontecimento e descrevê-lo de modo diferente, pois cada uma prestou atenção a detalhes diferentes.
Assim, podemos entender que os modelos mentais também determinam as nossas formas de agir, ou seja, vivemos fazendo escolhas, as quais são orientadas pela maneira como percebemos a nós mesmo, ao outro e ao mundo.
Conforme vamos nos percebendo, montamos a nossa autoimagem, que nos direciona, dando a tônica de como vamos agir, definir objetivos, estratégias e traçar os rumos a serem seguidos.
Certamente a definição do que realmente desejamos não é fácil, existem pessoas que conseguem conduzir o processo de escolhas tanto na vida pessoal quanto profissional, de modo mais assertivo do que outras.
Independente do grau de dificuldade que enfrentamos, esta é a forma de compreendemos a nós mesmos, ou seja, do que está lá dentro de cada um de nós.
Estamos sempre em busca do melhor caminho, certamente em busca do tão sonhado sucesso e felicidade, os quais possuem significados muito diferentes para cada pessoa.
O grau de sucesso e de felicidade depende de como percebemos a nós mesmos e do que está ao nosso redor, ou seja, quanto mais apurada e maleável for a nossa percepção, melhor reconheceremos como conseguimos chegar, quais as nossas conquistas e de como deveremos agir para dar continuidade.
Vamos relatar uma história que transcrita por Bill Capodagli e Lynn Jackson no livro “O Estilo Disney” que demonstra como a força da percepção pode adquirir uma aparência estranhamente perturbadora.
Um trabalhador ferroviário, na Califórnia, foi examinar uma carga dentro de um vagão refrigerado. Durante este procedimento, acidentalmente, a porta se fechou, prendendo-o no seu interior.
Um colega percebeu que este funcionário não tinha registrado seu ponto no final do turno e foi procurá-lo, encontrando-o morto dentro do vagão.
Neste momento leu as seguintes palavras escritas na parede:
“Ninguém está ouvindo meus gritos de socorro. Minhas mãos e meus pés estão ficando mais gelados. Não sei quanto tempo mais posso aguentar”.
É uma história sinistra, pois o vagão tinha sido desviado em um ramal, em função da unidade de refrigeração estar desligada por problemas técnicos, ou seja, a temperatura externa era acima de 25°C e, embora a temperatura no vagão fosse ligeiramente mais baixa, estava muito longe de ser um frio congelante, como também tinha bastante ar para o ferroviário respirar.
Podemos concluir com este relato que a percepção do ferroviário sobre congelar até a morte foi tão forte que se transformou em realidade.
Assim sendo, podemos entender que temos a tendência de julgar as pessoas em função de crenças, experiências, valores e é dessa forma que percebemos quem está a nossa volta.
Perceber o outro e respeitá-lo com suas diferenças, independe das qualificações que possuímos, é uma questão moral.
Na nossa vida, quer seja, pessoal ou profissional, é importante que cada pessoa seja respeitada porque é um ser único, e que deve ser valorizada pelo que é e não pelo que gostaríamos que fosse.
A maturidade é demonstrada quando damos atenção ao que o outro estiver falando, mesmo que suas opiniões sejam diferentes das nossas, pois como vimos existem diferentes percepções sobre o mesmo fato, ou seja, “verdades” diferentes da nossa verdade.
Desta forma, entendemos que a nossa inteligência consiste essencialmente no inter-relacionamento das nossas capacidades inatas, dos modelos mentais e das habilidades de pensamento.
Responda agora, Percepção: É Realidade Plena ou apenas uma das suas facetas?
Se este tema fez sentido para você, convido você para conhecer mais sobre o assunto, e de como poderá utilizá-lo ao seu favor, visando a melhoria das suas relações pessoais e profissionais.
BIBLIOGRAFIA:
BANDLER, R. e Grinder, J. A Estrutura da Magia, Ed. Summus , 2016.
CAPODAGLI. B., Jackson, Lynn. O Estilo Disney: como ampliar os segredos gerenciais da Disney à sua empresa. São Paulo: Ed Benvirá, 2017.
COHEN, Allan R. , Stephen Fink – Comportamento Organizacional: conceitos e estudos de caso Rio de Janeiro: Campus, 2003.